Mas o conceito de que se aposentar é parar de trabalhar deixou de ser verdade há muito tempo. Primeiro porque, em meio século, com todos os avanços da ciência, a expectativa de vida aumentou em cerca de 20 anos. E, se para boa parte das pessoas a aposentadoria formal, aquela do INSS, chega na faixa entre 50 e 60 anos, o que fazer com esta “vida extra” que se apresenta quando se deixa de ter o registro assinado na carteira de trabalho?
Essa é uma questão para todas as idades, para as pessoas, no plano individual, para as empresas, no mundo corporativo, para a sociedade de maneira geral.
A previsão é que em 2025, o Brasil terá a sexta maior população idosa do mundo. Basta olhar os números para perceber que esse contingente está longe de ser encarado como um “peso”. Estudos apontam que 13% da população adulta tem acima de 60 anos e movimenta R$ 402 bilhões, somando-se aposentadorias, pensões e remunerações. Quem não quer aproveitar todo esse potencial de consumo?
No plano pessoal, pensar numa carreira mais longa é investir, desde jovem, no aprender a aprender sempre, na capacidade de se adequar às mudanças, no planejamento financeiro que, de alguma forma, tornará mais fácil decidir o que fazer ou não quando o futuro chegar.
Para as empresas, esse é um desafio que pode gerar bom retorno. De um lado, mesclar o vigor dos mais jovens com a experiência acumulada em décadas de trabalho é um bom combustível para o fortalecimento das equipes e para inovação. De outro, dar espaço para as pessoas com mais idade e apoiar a transição para uma nova etapa de vida é uma forma de exercer a responsabilidade social, contribuindo para encontrar novas soluções para antigos dilemas.
Temos muitas ideias para trocar sobre essas questões. E você, o que pensa sobre isso?