Alguns números indicam a dimensão das mudanças. De acordo com a PNAD Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2017 o país tinha 14,2 milhões de desempregados, um recorde na série história dessa pesquisa iniciada em 2012.
Nesse cenário, o desafio que se coloca é como desenvolver a vida profissional, como manter-se em atividade gerando renda e evoluindo na carreira? Muito se falou em anos recentes da empregabilidade, na necessidade de aprimorar competências e enriquecer o currículo como forma de atrair o interesse das empresas, escalando novas posições no mundo corporativo.
Essa é, hoje, apenas uma das possibilidades de nossa nova realidade. Agora, a empregabilidade convive com outro conceito, mais amplo e também mais desafiador: a “trabalhabilidade”. Em essência, ambos têm vários pontos em comum: a necessidade de atualização constante, de exercitar a criatividade, de alimentar uma rede de relacionamentos que abra oportunidades e aumente a visibilidade no meio em que cada um atua.
As diferenças ficam por conta das possibilidades de atuação, que se ampliam bastante quando o foco recai sobre o “trabalho”. Nessa opção, o profissional identifica aquilo que sabe fazer bem e oferece as suas habilidades de várias formas, sem prender-se a um vínculo de emprego com carteira assinada.
Pode ser uma prestação de serviço eventual ou intermitente, pode envolver um ou vários clientes, num universo em que os bons resultados do trabalho realizado tornam-se o principal elemento de multiplicação, estimulando a indicação boca a boca, que gera confiança e credibilidade.
Não há o bom ou o ruim, o certo ou o errado em ter ou buscar um emprego ou partir para realizar e oferecer um projeto. O que se coloca são maneiras diferentes de exercer uma atividade que proporcione renda, evolução e, acima de tudo, satisfação profissional.