Quem assistiu ao filme “O senhor estagiário”, com Robert De Niro e Ane Hathaway, pôde acompanhar a transformação que se opera na vida de Jules ao conviver com Ben, um atento observador de seu trabalho, que, discretamente, lhe dá várias dicas – ou conselhos? – para encaminhar questões de sua vida profissional e também da familiar.
Desde sua origem histórica – registrada na Odisseia, de Homero, quando o personagem Ulisses sai em viagem e pede a um sábio grego, chamado Mentor, que se ocupe da educação do seu filho – aos dias de hoje, passando pelos artesãos medievais que transmitiam sua arte aos jovens, o mentoring é uma forma de aprendizado eficaz. Seu valor pode ser medido pelo modelo de competências criado no Center for Creative Leadership, dos Estados Unidos, segundo o qual 70% do aprendizado se dá na experiência prática, 10% em cursos e formação acadêmica e 20% vêm da interação com outras pessoas – a interação entre o mentor e o mentorado, por exemplo.
Tradicionalmente, o processo se desenvolve reunindo um profissional de mais idade, com muita experiência, e um jovem se preparando para assumir novas funções. Algumas empresas, porém, já vêm experimentando novos modelos de mentoring. Um deles é aquele em que o mentor é um jovem estudante ou recém-formado, por exemplo, que traz conhecimento e nova visão para um profissional sênior que tem de encarar o desafio de pensar produtos para esse público ou entender o uso da tecnologia pelas novas gerações. Há também os processos que trabalham a inclusão e o desenvolvimento profissionais, como o de mulheres, negros e outros públicos, que têm como enfoque criar espaços e experiências que possibilitem a aceleração de carreira dos mentorados.
Seja qual for o modelo, o importante é que o processo de mentoring proporciona um olhar refrescado, um compartilhamento de vivências, um jeito mais dinâmico e acessível de se desenvolver. Desde que, é claro, haja uma condição essencial nas pessoas envolvidas: a abertura e a disposição para aprender.