A palavra “mansplaining” vêm do inglês “man” = homem, e “splaining” = explicar, ou seja, quando um homem tenta explicar para uma mulher algum assunto de uma maneira confiante, como se ela não fosse intelectualmente capaz de entender e/ou comunicar adequadamente seus conhecimentos. Isso acontece quando o assunto abordado pela mulher está claro e tem fundamento, se mostrando eficaz ao explicar sua opinião.
O termo foi inspirado por um livro escrito por Rebecca Solnit em abril de 2008, chamado "Os homens explicam coisas para mim: os fatos não ficaram em seu caminho", onde ela contou que em uma festa um homem disse ter ouvido que ela havia escrito alguns livros. Portanto, Solnit começou a falar sobre seu livro mais recente, sobre Eadweard Muybridge, quando o homem a interrompeu e perguntou se ela tinha ouvido falar sobre o mesmo livro que ela estava comentando, mas não conseguiu concluir por ter sido interrompida.
Em 2014, Solnit publicou “Men Explain Things to Me”, uma coletânea de sete ensaios sobre temas semelhantes, onde afirmou que as mulheres (incluindo profissionais e especialistas) são rotineiramente vistas ou tratadas como menos dignas de crédito do que os homens.
Ela ainda argumentou que esse era um sintoma de um fenômeno generalizado que impede as mulheres de falarem e de serem ouvidas quando ousam; que intimida as jovens em silêncio indicando que esse não é seu mundo; treina em insegurança e autolimitação ao mesmo tempo que exercita o excesso de confiança em homens.
Dentro do mesmo tema, também podemos destacar o termo “manterrupting” (interrupção masculina), que ocorre quando uma mulher tem sua fala interrompida por um homem que acredita ter mais a dizer sobre o assunto do que ela.
Ambos os termos se completam, mas em 2010, “mansplaining” foi nomeada pelo New York Times como uma das suas "Palavras do Ano" por conta da popularidade que a expressão conquistou mundialmente.
Um estudo realizado pela Universidade George Washington (Estados Unidos), concluiu que o gênero da pessoa que faz a interrupção importa menos do que o gênero da pessoa que é interrompida. Mas ao analisar conversas entre mulheres e homens, os pesquisadores notaram que as mulheres, em geral, tendem a ser mais interrompidas do que os homens. E que embora as mulheres sejam menos propensas a interromper no geral, quando o fazem, é mais provável que elas interfiram nas falas de outras mulheres, mais do que na fala de homens.
Infelizmente a discriminação à mulher com atitudes como corrigi-las ou completá-las é indiscutível. Por isso o sexo feminino precisa saber lidar com essas situações não só no ambiente profissional, mas no pessoal também.
Para dar fim ao mansplaining, manterrupting e outros hábitos na comunicação que discriminam, é necessária a consciência, a autoanálise e o esforço de respeitar e incluir todos com os quais nos comunicamos. Confira algumas dicas de como lidar com essas situações:
- Seja assertivo dizendo que gostaria de terminar seu raciocínio ou que ainda não terminou de falar;
- Faça um convite a si mesmo (a) para refletir se você tende a interromper ou completar, principalmente, quando mulheres falam;
- Se for necessário, durante a interrupção, faça perguntas do tipo: "Você está explicando esse assunto novamente para mim, certo?".
Em geral, cabe a sociedade por completa tomar consciência sobre essas atitudes, procurar uma desconstrução e reflexão contínua sobre o assunto, pois todo ser humano é passível de evolução.
Você já sentiu isso no seu ambiente de trabalho? Conte para nós o que têm funcionado quando atitudes como essas acontecem, e como você tem lidado com esse tema na sua carreira. Vamos refletir e aprender juntos!
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mansplaining
https://revistamarieclaire.globo.com/Comportamento/noticia/2019/03/mansplaining-ou-nem-sempre-sutil-maneira-de-calar-uma-mulher.html
https://azmina.com.br/reportagens/mansplaining-e-manterrupting-o-que-e-e-de-onde-vem-os-termos/
https://economia.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/daniela-lago/2017/01/29/e-interrompida-ao-falar-como-escapar-de-4-atitudes-machistas-no-trabalho.htm