Flávio, amigo dos tempos de escola, só procurou trabalho depois de concluído o curso. Custou a obter uma colocação, foi demitido antes de um ano, levou tempo até conseguir novo emprego, numa posição fora de sua formação. Não quis saber de voltar a estudar para se aperfeiçoar e se manter atualizado. Acabou novamente desempregado e passou a sobreviver de trabalhos eventuais. Nas vezes em que encontrava com Márcia, seu comentário era um só: “Você é que teve sorte na sua carreira! Entrou na empresa certa!”
Mais do que nunca, é preciso lembrar que carreira é uma responsabilidade de cada profissional, não da empresa. É um conjunto de experiências que vai muito além do diploma universitário obtido no fim da trajetória escolar. Exige autoconhecimento para saber quais as suas habilidades. É resultado de dedicação, para desenvolver as competências necessárias para a execução de um trabalho. Impõe disciplina e empenho para realizar novos e contínuos aprendizados.
Isso não significa abrir mão dos sonhos e projetos pessoais. Pelo contrário, o desafio é ampliar a visão de carreira, fazer um planejamento, definir caminhos, estabelecer etapas, prioridades, e – o mais importante – colocar a mão na massa, trabalhar, se empenhar na busca dos resultados almejados.
Vale lembrar que sucesso e dinheiro não caem do céu. As conquistas na vida pessoal e profissional são consequência de trabalho, de dedicação. Em uma de suas palestras, Leandro Karnal, historiador e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), traduziu o comentário de Flávio sobre o sucesso da amiga Márcia, observando que “jeito ou sorte” é o nome que se dá ao sucesso dos outros, sem considerar o esforço que tudo isso exigiu. Em outras palavras: só tem “sorte” quem trabalha!