Em um artigo publicado na Forbes, Amy Rees Anderson, fundadora da REES Capital, investidora-anjo e mentora de start-ups, diz que, se fosse ensinar um único valor sob o qual as pessoas deveriam construir as suas carreiras e negócios, ele seria integridade. “O sucesso vai e vem, mas integridade é para sempre”. Integridade, diz ela, exige coragem para fazer a coisa certa, em qualquer circunstância, sem se importar com as consequências.
Essa percepção é bastante explorada, também, pelo psicólogo e escritor Henri Cloud em seu livro “Integridade – A coragem de enfrentar as demandas da realidade”. Usando como exemplos histórias de personalidades conhecidas no mundo dos negócios, Cloud mostra como as pessoas que têm princípios sólidos aplicados em todas as suas relações conquistam e mantêm a confiança dos outros, são capazes de ver e enfrentar a realidade e alcançam excelentes resultados, entre outros predicados. “Uma pessoa com integridade”, afirma, “possui a capacidade raríssima de juntar as peças do quebra-cabeça e fazer com que tudo dê certo, mesmo nas situações mais difíceis e desafiadoras”.
A integridade se manifesta no cotidiano, em todas as relações, inclusive no trabalho. Tanto em situações mais complexas quanto nas mais vulgares como, por exemplo, uma simples parada na farmácia que está no caminho. Justamente naquele momento, não há vaga para estacionar. Como é rápido, tudo bem parar por alguns minutos na vaga de idosos ou deficientes? Na pressa de obter um documento, o despachante oferece a opção de acelerar – então, porque não aproveitar? Exagerar nas atribuições para conquistar determinada vaga acarreta algum mal?
Em suas palestras, o filósofo e professor Clóvis de Barros Filhos costuma explicar a diferença entre a moral e a ética. Moral, diz ele, são os princípios e condutas que adotamos porque não aceitamos agir de outra maneira. É aquilo que fazemos independentemente de fiscalização ou restrição, mesmo quando não estamos sendo observados. Ética, por sua vez, é o conjunto de valores e princípios de condutas aceitáveis para a coletividade. “A ética é o triunfo da convivência sobre pretensões particulares”, resumiu ele recentemente.
A integridade está, assim, no campo da moral e, ao mesmo tempo, da ética. Num mundo onde os fins justificam os meios, é preciso coragem para se posicionar e colher, ocasionalmente, perdas. Pode ser que se perca um tempo maior na compra na farmácia, que o documento demore um pouco mais a chegar ou que a promoção almejada seja postergada. As conquistas, das ínfimas às grandiosas, porém, serão mais prósperas e construtivas, tanto para a carreira, quanto para a sociedade.
#integridade #ética #valores #carreiradesucesso