Verdade ou fantasia? E se esse colega estiver com um problema sério que o impediu de colaborar? Ou, então, se ele já estiver com tudo pronto, esperando apenas a oportunidade de entregar a você? Ou, ou, ou...
Outra situação de atrito bastante comum está relacionada ao preconceito. Pode ser por uma experiência negativa anterior, uma decepção já sofrida em uma situação semelhante, que leve você a concluir que, mais uma vez, te deixarão na mão. Ou, então, é alguma característica pessoal do colega com a qual você tem dificuldade de lidar.
Em qualquer situação, é preciso reconhecer, primeiramente, que conflitos fazem parte da vida, em suas várias dimensões. A questão é saber – ou aprender – que eles podem ser evitados ou superados com metodologias de mediação que preservam ou restauram relacionamentos.
Entre os recursos para lidar com algumas dessas situações, está o processo de comunicação não violenta, desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosemberg. De forma didática, a técnica é formada por quatro passos que, quando praticados, ajudam as pessoas a se libertarem de condicionamentos, transformando os padrões de comportamentos e, em consequência, ajudando a criar relacionamentos baseados no respeito mútuo e na cooperação.
O primeiro passo é observar o fato, sem pré-julgamento. É colocar o seu ponto de vista e ouvir com atenção o ponto de vista do outro. É o exercício da escuta ativa, é colocar-se inteiramente presente naquele momento.
É preciso, também, identificar o sentimento envolvido naquela situação, o seu e o do outro – raiva, medo, ansiedade, etc. –, procurando entender como lidar com aquele sentimento. O terceiro passo é expressar, calmamente, de forma clara, quais necessidades cada um dos envolvidos tem (por exemplo, necessidade não ser julgado, de ser respeitado,etc) e o que pode ser feito para superar a divergência. Por fim, ter disposição para fazer ofertas e pedidos uns aos outros, não como exigência ou cobrança, mas como uma forma de superar confrontos e alcançar um ponto comum.
Esse é um exercício constante. Não é preciso pensar igual para evitar conflitos. É necessário, sim, parar e ouvir, lembrando que não há opinião certa ou errada. O que existe são diferentes pontos de vista, que podem conviver sem vencidos ou vencedores.