O dinheiro é a base das trocas em nossa sociedade e está presente no dia a dia de todos nós. No entanto, é um tabu, um assunto velado nas conversas da família, entre amigos e na vida profissional. É bastante comum que as pessoas evitem falar de dinheiro com os filhos, como se eles fossem julgar ou dimensionar o amor pelos pais de acordo com a renda ou a situação financeira. Na relação entre casais que trabalham, cada um tem a sua poupança – e os seus problemas.
O pacto silencioso também impede a construção de sonhos, como comprar a casa da família ou programar umas férias mais longas no exterior. Quando o assunto está na mesa, fica mais fácil engajar todos, inclusive as crianças, no desafio de diminuir a conta de água, luz, celular e cortar gastos desnecessários para poupar e conquistar, juntos, um objetivo. Compartilhar as finanças, portanto, é unir esforços para a prosperidade financeira.
Bom, mas esse é um assunto pessoal, que nada tem a ver com o ambiente empresarial, certo? Erradíssimo. Problemas financeiros podem comprometer a saúde física e emocional. O SPC Brasil e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas realizaram uma pesquisa com pessoas endividadas. O levantamento relevou que 47% dos inadimplentes ficam irritados facilmente, 40% sofrem de insônia, 66% se sentem deprimidos e desanimados e 17% recorrem a algum vício para lidar com a ansiedade.
No Brasil, quase 60% da população está endividada, de acordo com dados do Banco Central. Fica visível, portanto, o impacto que a dificuldade de organização das finanças pessoais e familiares pode ter na saúde e produtividade dos trabalhadores.
Além desses efeitos, há outros importantes. Quem não consegue manter um orçamento equilibrado em casa não desenvolve competências que são essenciais para as companhias, como planejamento e gestão. E ainda pode ter sua carreira comprometida ao mirar a necessidade de remuneração e deixar de lado outros aspectos que podem impulsionar seu crescimento e realização profissional.
A questão é tão importante que tem motivado muitas organizações a criar mecanismos que contribuam para o bem-estar financeiro de seus funcionários. Uma pesquisa internacional sobre saúde e produtividade feita em quase 40 países pela consultoria Towers Watson mostra que 66% das empresas têm ou pretendem criar ações voltadas à segurança financeira de suas equipes até 2018.
Fica a dica para quem ainda não olhou para esta questão. Afinal, fica cada dia mais evidente que é difícil – e indesejável – separar vida pessoal e profissional.